A evolução da educação escolar
Como se sabe, cabe à escola formar homens e mulheres independentemente das suas origens sociais, religiosas, culturais e étnicas, capazes de participarem na construção de uma sociedade livre e desenvolvida.
Ao contrário de muita gente que entende que a educação é a única responsabilidade da escola, nós acreditamos que a questão é mais sensível e mais abrangente, dado que, sem descurar o conhecimento, na nossa maneira de ver, a escola tem o dever de explicar ao aluno alguns conceitos básicos de vida, conceitos de respeito e de convivência em sociedade, por exemplo.
Como bem sabemos, a escola não foi valorizada durante séculos e consequência disso foi o tempo que demorou a adaptar-se a novos conhecimentos e métodos de aprendizagem.
Nos primórdios da humanidade, ou se preferirmos, na pré-história a educação ocorria naturalmente, sem premeditação e, tal como o ensino, não tinha seguramente o poder e o papel social da forma que todos hoje a conhecemos, focava-se essencialmente na pesca e na caça, os verdadeiros meios de sobrevivência, e as crianças e jovens aprendiam com a experiência dos mais velhos à semelhança do que fazem os animais, ou seja, a escola era a tribo, a aldeia ou até mesmo a experiência diária de vida.
Não existiam instituições especializadas nem a figura específica do professor/educador como profissional, pelo que, a educação escolar ficava a cargo dos avós e pais que a repassavam para netos e filhos de acordo com os valores que predominavam nas suas culturas e religiões, moldando dessa forma os seus descendentes aos padrões estabelecidos pelas suas comunidades.
O hinduísmo, o budismo ou o judaísmo, apenas para se dar alguns exemplos, foram algumas das religiões que exerceram grande influência na difusão do conhecimento no Oriente Antigo onde o ensino era da responsabilidade dos cidadãos de idade mais avançada ou mais respeitados e admirados pela comunidade, que obedeciam rigorosamente a ensinamentos religiosos e dogmáticos, adquiridos supostamente através de um ser superior e imortal.
Mas, as sociedades iam evoluindo à medida que os séculos avançavam e, com o aparecimento da escravidão e de algumas classes sociais, mudava também o paradigma da educação escolar, mas foi na Roma Antiga e principalmente na Grécia Antiga que foi criada a verdadeira escola, que não só preparava os estudantes para a politica, o grande objectivo das sociedades greco-romana, como ensinava matérias que se viriam a tornar relevantes para o ensino no seu todo, como filosofia, retórica, literatura ou artes.
A Grécia passou então a ser considerada o berço da cultura ocidental, não obstante o analfabetismo de grande parte do seu povo. Contudo, essa mesma escola não era para todos, sobretudo para os escravos.
Na Idade Média a escola privilegiava igualmente a alta sociedade em detrimento dos escravos e da população social e economicamente carenciada, mas, por outro lado, ia substituindo os conteúdos políticos por outras temáticas como o ensino religioso obrigatório e o latim.
Até que, no século XVIII surge em França uma corrente de pensamento conhecida como Iluminismo. As doutrinas centrais desse movimento de pensadores baseavam-se na tolerância religiosa e na liberdade individual, em oposição ao poder absoluto e arbitrário e aos dogmas da igreja católica romana.
Os iluministas acreditavam que a evolução da educação escolar só se concretizava se optassem pelo poder da razão em detrimento da fé e dos interesses comerciais religiosos e, ao mesmo tempo, se acabassem todos os privilégios, isenções e direitos fiscais atribuídos ao clero e à nobreza desde o período medieval.
É sabido que o Iluminismo influenciou directamente a aprovação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, por esse motivo, trouxe consigo a democratização da escola e do ensino, as pessoas de todos os sectores e estratos sociais conquistaram o estatuto de cidadãos e, por consequência, passaram a ter acesso a uma educação escolar de maior qualidade liderada por um profissional específico de grande relevância social, o professor que se caracterizava por colaborar, compreender, ensinar, criar vínculos e acompanhar e orientar a aprendizagem dos seus alunos, e o educador que partilhava e transmitia princípios, valores, informação e conhecimento, ao mesmo tempo que mostrava às crianças e jovens o caminho para o futuro.
Ainda assim, é nosso entendimento que aperfeiçoar as condições de funcionamento do sistema educativo moderno não depende exclusivamente do professor mas sim de uma relação efectiva entre a escola, família e comunidade e, fundamentalmente, de boas políticas públicas.
Como bem sabemos, muito mudou já no ensino em geral desde o seu início até aos dias de hoje, as sociedades vivem em constantes mutações, o conhecimento e a cultura não têm limites, por isso mesmo, entendemos que é efectivamente necessário o compromisso de todos por uma escola melhor em todos os aspectos, especialmente no reforço das condições materiais e humanas!
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